Carnaval do Recife em debate na Câmara

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Presidente da Câmara sai em defesa do Carnaval

O presidente da Câmara, Jurandir Liberal (PT), defendeu na tarde desta segunda-feira, 21, a forma como o carnaval é organizado pela Prefeitura do Recife e classificou de denuncismo sem provas o trabalho que a oposição fez semana passada para denegrir a imagem da Fundação de Cultura, responsável pelas licitações. Segundo ele, a bancada oposicionista desconstroi a festa ao divulgar na imprensa acusações de superfaturamento das lonas sem apresentar provas concretas, se baseando apenas em pesquisa sem critério técnico. Semana passada a líder da oposição Priscila Krause (DEM) disse que as lonas a serem usadas nos palcos e polos estavam superfaturadas em 716% e que havia sobreposição de licitação.

Jurandir Liberal lembrou que acompanha o processo de modernização do carnaval há 10 anos, desde que o PT assumiu a gestão da cidade. “A gente só tinha o Recifolia, o centro e Olinda. Em 2001 o conceito de carnaval mudou. Passou a ser descentralizado e multicultural. Os bairros ganharam polos e grandes atrações nacionais. As comunidades decidem o que querem ver”. O presidente destacou que este ano serão realizados 350 shows em palcos, 800 desfiles em 8 palcos centralizados e 9 descentralizados, 3 mil apresentações , 17 polos oficiais e 40 polos comunitários.

Jurandir disse ainda que mais de 100 mil turistas estarão na cidade e que os hotéis estão cem por cento lotados, e 2,5 milhões de foliões brincarão o carnaval. “Para fazer todo este carnaval, a PCR contrata mais de 100 empresas, gerando 15 mil empregos diretos beneficiando 126 mil pessoas. São mais de R$ 450 milhões injetados na economia local. O carnaval deste ano deve superar o do ano passado”.

O presidente também trouxe uma pesquisa feita pela PCR que aponta a aprovação do carnaval por mais de 77% dos recifenses. “Setenta e quatro por cento consideram 2010 mais animado que 2009 e 71% ficou na cidade para ir ao carnaval”. Ele frisou que a vereadora Priscila Krause fez uma denúncia com dados que não se comprovaram e que o líder do governo, Josenildo Sinésio (PT), esclareceu as informações mostrando que ela confundiu o tipo de material. “Mas ela insiste na denúncia, mesmo tendo recebido informações erradas de sua assessoria”. Lembrou ainda que a captação de recursos é terceirizada em todas as cidades grandes e que isso traz mais recursos para o carnaval.

O vereador Liberato Costa Júnior (PMDB) considerou que a fala do presidente da Casa assassinou o carnaval do Recife e que o de hoje não é melhor que os de antigamente. Ele classificou de carnavais do improviso que não valorizam a história. “Os polos viraram shows. Não podemos dizer que esse pessoal que está aí é competente. A Fundação de Cultura não tem competência na sua formação humana para fazer um bom carnaval. Este é o mal de João da Costa. Nunca ouvi dizer que o carnaval baiano contratou algum pernambucano, por exemplo”.

Josenildo Sinesio frisou que valorizar o carnaval é valorizar as pessoas que estão nos morros e não podem vir à cidade e por isso a PCR foi buscar os pobres e sofridos para fazerem parte dessa festa. “A oposição tenta macular a imagem do governo nessa Casa com denuncismo barato. Quero parabenizar a primeira dama Marília Bezerra pela mudança do Baile Municipal para o Chevrolet Hall e à Luciana Felix da Fundação de Cultura por ter ido ao Tribunal de Contas levar documentos das licitações sem ter sido chamada”.

Priscila Krause disse que não estava impressionada com o fato da bancado do governo tentar tirar o foco da questão. Lembrou que em “nenhum momento disse que o carnaval do Recife não era bom”. Para ela, não faz sentido dizer que a denúncia é eleitoreira pois seria o mesmo que encobrir o assunto com uma lona superfaturada. “Quero respostas concretas. Não disse que as lonas seriam usadas no carnaval. Quero saber onde serão utilizadas. Quero ter acesso aos documentos que são públicos e todo dia recebo uma desculpa diferente”.

Edmar de Oliveira (PHS) frisou que o carnaval é muito bonito, mas acaba sendo uma desmoralização para o legislativo. Segundo ele, os vereadores sequer podem subir em um palco para dar boa noite em seus bairros de origem. “Não estamos em ano eleitoral. Isso é uma vergonha para nós”. Já Marília Arraes (PSB) ressaltou que não é possível que se dê ouvido a um denuncismo barato que fala de superfaturamento em cima de uma pesquisa infundada. O edital de licitação, segundo ela, é claro e fala de todos os materiais desde equipamentos, instalações e demais utensílios. “A oposição está agindo de má fé”.

Luiz Eustáquio (PT) disse que a oposição erra ao caminhar pelo denuncismo para macular o carnaval. Para ele a vereadora quer antecipar o calendário eleitoral. Múcio Magalhães (PT) considerou que o debate instalado sobre superfaturamento desvia a questão. Ele acha que se deve resgatar o carnaval além do debate político. Disse que o carnaval era bonito e foi abandonado e o frevo substituído por outros ritmos e a tentativa de resgatá-lo foi desta gestão. “É uma conquista do PT e é isso que temos de proteger. As acusações devem ser dirimidas na Justiça”.

Estefano Menudo (PHS) ressaltou que é testemunha da excelência do formato adotado nas comunidades, permitindo a descentralização. Jairo Britto (PHS) rebateu o vereador Edmar de Oliveira e afirmou que vereadores podem sim subir aos palcos. Disse ainda que não estava indignado com as denúncias porque sabia a origem das pessoas que fazem oposição. “Vêm da ditadura e estão acostumados a calçar ruas com bilhetinhos”. Aerto Luna (PRP) destacou e agradeceu o fato dos táxis poderem agora circular entre Olinda e Recife, um pleito dele desde o ano passado.

Em 21.02.2011, às 19h40.

fonte : Assessoria Câmara