Memória: 7 mitos esclarecidos e desmistificados

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Durante a vida escutamos vários mitos sobre a memória. Aqui tem a explicação de 7 deles, tenha uma boa leitura. Viva com boa memória.

1. Ter boa memória significa ser inteligente?

É comum acreditar que aqueles que tem boa memória são mais inteligentes. Porém, a relação entre inteligência e memória não é tão direta. Uma pessoa pode ter boa memória mas não ser necessariamente mais inteligente em comparação a outras.

É verdade que quem tem boa memória geralmente apresenta um desempenho intelectual melhor. Isso porque uma memória ativa é sinônimo de mente saudável e capacidade de concentração, que são fundamentais para o desenvolvimento do intelecto.

Dessa forma, ter uma boa memória e lembrar de informações em curto e longo prazo não é condição para ser mais ou menos inteligentes, mais vai lhe ajudar a ter um raciocínio lógico mais fluido e a mente mais aguçada.

2. Esquecer a chave de casa é sinônimo de memória ruim?

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  • Esqueceu a chave em casa?
  • Não lembra onde estacionou o carro?
  • Não vem à memória onde colocou sua carteira?

Essas situações muitas vezes geram desconforto e levam a pessoa a questionar a eficiência da própria memória. Mas fique mais tranquilo: esquecer a chave em casa não é sinônimo de memória ruim — essa crença é mais um mito sobre a mente humana.

Você comete esses equívocos provavelmente porque está distraído ou não presta atenção na atividade que está realizando. A informação não é fixada quando não há atenção e por isso você perde as chaves, esquece onde colocou o carro e não encontra sua carteira.

Como já disse, a memorização está intimamente ligada à concentração. Quanto mais foco e atenção você tem durante a realização de uma atividade, mais você será capaz de lembrar dela depois. Quando mais presente no momento, mais as informações são memorizadas.

Agora, é importante lembrar também que caso esses episódios de esquecimento ocorram com frequência é necessário tomar cuidado. Sua mente pode estar dispersa demais ou você tem perdido sua capacidade de se concentrar. Avalie com cautela sua situação e veja se o que você precisa é de mais educação mental ou uma ajuda especializada.

3. Algumas pessoas nascem com capacidade de memorização boa e outras não?

Verdade! A capacidade de memorização é diferente para cada um e depende muito da combinação genética das pessoas. Algumas nascem com mais eficiência no processo de memorização que outras.

Ainda assim, isso não significa que aqueles que nasceram com menor capacidade de memorização estão fadados a ter uma memória ruim. Pelo contrário: com a ativação do cérebro é possível compensar essa característica genética. Eu, por exemplo, vivia no mundo dos esquecidos e consegui ganhar o título de melhor memória do brasil. Devo isso a uma relação de técnicas de memorização, exercícios e muita força de vontade.

Os exercícios para treinar e ativar a mente são parte desse processo de melhoramento da memória. Como essa é a uma habilidade humana que pode ser expandida, quanto mais trabalhada for, melhor.

O inverso vale para os dotados de boa memória: caso não exercitem sua mente e não trabalhem bem sua memória, esse “presente” que vem de berço vai se esvaindo. Portanto, independentemente de como seja sua memória atualmente, é recomendo trabalhá-la a fim de buscar seu aperfeiçoamento.

4. Estresse e ansiedade comprometem a memória?

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Sim, e bastante! O estresse crônico compromete não só a memória como as demais funções cerebrais, diminuindo consideravelmente sua qualidade de vida. O estresse atinge tanto a concentração quanto os processos específicos de memorização.

Já a ansiedade também é uma erva daninha para a memória. Os quadros de ansiedade são caracterizados por pensamentos sempre voltados para o futuro. Uma mente ansiosa tem dificuldades em se manter no presente e, consequentemente, de manter o foco e a atenção. Quanto mais distante a mente está, mais difícil será para o cérebro memorizar informações.

Por isso, ao se sentar para estudar, por exemplo, você deve respirar fundo quantas vezes forem necessárias, trazer sua mente para o presente, relaxar e focar no conteúdo. Eliminando a ansiedade e o estresse você vai ter uma mente mais serena para compreender e guardar informações.

5. O cérebro se forma até os seis anos?

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Falso! O cérebro humano, assim como outras partes do nosso organismo, é dotado de relativa capacidade de readaptação. Assim como a regeneração neural, o cérebro também tem certa plasticidade, fazendo com que ele evolua ou se readapte mesmo após os 6 anos (estima-se que ele esteja completamente formado aos 15).

Essa plasticidade está sujeita ao ambiente que nos rodeia. Diante de novas situações e experiências o cérebro se renova, isso porque ele é estimulado a processar informações inéditas.

Para cada experiência nova, novas conexões são feitas e novas habilidades são desenvolvidas. É por esse motivo que se incentiva tanto que as pessoas busquem sempre mudanças e novos ares. Viajar, conhecer lugares, pessoas, arriscar, mudar os velhos roteiros, sair de casa, dar uma volta de bicicleta ou descansar longe da cidade grande: todas essas situações que criam novos cenários ajudam o cérebro a evoluir e continuar no processo de formação.

Mais uma vez o que está em jogo para o melhoramento do cérebro e das suas funções é sua qualidade de vida e seu bem-estar. Uma vida feliz, dinâmica e alegre repercute positivamente na sua saúde mental, aumentando seus índices de aprendizagem, memorização e concentração.

É claro que há partes da estrutura cerebral que não se modificam com o tempo e dificilmente se recuperam após um trauma, seja ele oriundo de uma doença ou de um acidente. Ainda assim, o organismo humano funciona tão harmoniosamente que as partes saudáveis do cérebro atuam para o reequilíbrio do estado e das funções mentais, como nos casos de recuperação após AVC (Acidente Vascular Cerebral).

6. Existe apenas um cérebro?

Existem na verdade dois cérebros. Mas como assim dois cérebros? Não temos só um cérebro, que fica na cabeça?

Além do cérebro mais conhecido, que realmente fica no crânio, cientistas provaram a existência de um segundo cérebro. E adivinha onde ele fica? No intestino! Isso mesmo, um segundo cérebro no intestino que impacta diretamente no seu campo mental e emocional, além é claro de ser responsável pelos processos de extração de energia dos alimentos durante a digestão.

O segundo cérebro é chamado de cérebro entérico e é formado por milhões de neurônios dispostos através dos tubos digestivos do intestino. Além desses neurotransmissores, inúmeros micro-organismos habitam o intestino e atuam no processo digestivo.

Por ser dotado dessa “inteligência”, o intestino funciona quase que independentemente do sistema nervoso central, embora se comunique com esse o tempo todo.

Provavelmente você já percebeu mudanças no seu processo digestivo de acordo com suas emoções. Muita gente “prende” ou “solta” o intestino diante de situações estressantes ou de muita pressão. Agora você sabe por que isso acontece!

Ter um intestino saudável é sinônimo de fortalecimento do organismo como um todo. Por ser responsável por entrar em contato com os mais variados alimentos, o sistema imunológico do intestino precisa estar equilibrado.

Comer frutas, evitar excesso de gorduras e açúcares, optar por comidas leves e não exagerar nas refeições são algumas das principais dicas para deixar seu segundo cérebro funcionando em ordem e em equilíbrio com a mente e as emoções.

7. Usamos apenas 10% do nosso cérebro?

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É verdade que usamos apenas 10% das capacidades do nosso cérebro? Mentira! Esse é um dos mitos da memória mais difundidos por aí e que deixam as pessoas de boca aberta por afirmarem que os outros 90% adormecidos escondem poderes paranormais.

A verdade é que utilizamos 100% do potencial do nosso cérebro. Afirmar isso não significa que todas as nossas capacidades são executadas simultaneamente. Muito pelo contrário. O que esse dado quer dizer é que 100% do nosso cérebro é ativado em um ou outro momento.

Ainda que você esteja dormindo, estudando ou fazendo uma caminhada, determinadas partes do seu cérebro estarão ativas e outras inativas, com a possibilidade de serem ativadas quando necessário. Ao final do dia provavelmente você já vai ter usado toda a estrutura cerebral para realizar suas atividades.

O cérebro dá 100% do seu potencial e por isso necessita de tanta energia. São necessários 20% dos recursos de oxigênio e glicose do corpo para que esse órgão funcione!

Veja outros dois textos sobre memória publicados aqui:

3 Técnicas de memorização para concursos
Memorização é o melhor processo de Aprendizagem

Artigo baseado e retirado do blog de Renato Alves.

Renato Alves é escritor, pesquisador e primeiro brasileiro a receber o título oficial de melhor memória do Brasil, pelo Guiness Book, o livro dos recordes. Autor de um método patenteado de memorização que ganhou reconhecimento nacional e já está presente em mais de 100 países.