Tempo de leitura: menos de 1 minuto
O Programa de Valorização da Diversidade no Setor Bancário poderá servir de exemplo para outras áreas. O diretor de Relações Institucionais da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Mário Sérgio Vasconcellos, apresentou ontem à Comissão de Direitos Humanos e Minorias os resultados das ações da entidade para promover a igualdade de oportunidades, incluindo no mercado de trabalho mais negros, mulheres e pessoas com deficiência.
Desenvolvido há três anos, o programa já mostra resultados. Uma pesquisa feita com metade dos 400 mil trabalhadores demonstra que os negros já representam 19% dos bancários. E 66,5% deles foram contratados nos últimos três anos.
Vasconcellos esclarece que, para chegar a esse percentual, foram necessárias diversas ações afirmativas. “São as campanhas que os bancos fazem em suas áreas de recursos humanos no treinamento, nos programas de supervisão, nos programas de tutoria e nos convênios com entidades para recrutar esse tipo de público. É um conjunto de ações; não existe uma iniciativa isolada que consiga resolver o problema”, ressaltou.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Luiz Couto (PT-PB), acredita que essa experiência possa ser levada a outras áreas. “O avanço tem de ocorrer em outros setores da iniciativa privada e do próprio governo, das Forças Armadas. O Ministério Público do Trabalho já tem uma ação com os supermercados, onde há um grande volume de funcionários. É uma aprendizagem. A postura de diálogo para encontrar saídas é o fator mais importante”, avalia.
Números
O índice de negros no setor bancário ainda é inferior ao do restante do mercado (31,9%), mas a Febraban garante que as ações terão continuidade.
No caso dos deficientes físicos, a lei determina que os bancos reservem 5% das vagas para eles, mas segundo a Febraban apenas 3% foram preenchidas. Uma parceria com a prefeitura de São Paulo, no entanto, tenta formar profissionais para as cerca de 4 mil vagas ainda disponíveis.
Já entre as mulheres, a questão salarial ainda é o problema. As bancárias ganham 78,6% do salário dos colegas homens. A situação delas, entretanto, é melhor que a das demais mulheres, que ganham em torno de 60% do salário dos homens no mercado de trabalho formal.
De acordo com a Febraban, o censo entre os bancários será repetido a cada dois anos e novas ações serão propostas conforme os resultados.
Reportagem – Geórgia Moraes/Rádio Câmara
Edição – João Pitella Junior