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ESPECIAL
01/07/2009
Crise não pode ser creditada unicamente a Sarney, diz Mercadante após reunião da bancada
Logo após a reunião da bancada do PT no Senado, nesta quarta-feira (1º), o líder do partido, senador Aloizio Mercadante (SP), disse que, como o presidente José Sarney não está disposto a licenciar-se do cargo, “o Senado e os senadores precisam continuar buscando soluções para a atual crise”, como o aprofundamento das investigações e a identificação dos culpados.
Na opinião de Mercadante, não é justo que toda a crise seja creditada unicamente a Sarney. O líder do PT também informou ter sugerido ao presidente do Senado que tirasse licença do cargo, mas, como Sarney não aceitou a sugestão, a bancada do PT decidiu não pedir o afastamento publicamente, como outros partidos já fizeram.
– O Brasil quer outro Senado. Esse Senado que existia tem de acabar. E tem que nascer outra instituição, mais forte e mais representativa. Não vamos construir outro Senado punindo apenas um senador – disse Mercadante.
Ele informou que Sarney se reunirá nas próximas horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a atual situação no Senado.
– Não achamos que a responsabilidade pela crise possa ser debitada exclusivamente ao presidente Sarney, porque as irregularidades existem há muito tempo. O PT quer uma reforma estrutural profunda do Senado e uma apuração rigorosa das irregularidades, com seus responsáveis, sejam servidores ou senadores – continuou Mercadante, ressaltando que a 1ª Secretaria do Senado também tem responsabilidades em relação à crise.
De acordo com ele, Sarney concordou com a ideia de institucionalização do chamado “colégio de líderes”, que atualmente funciona em caráter não-oficial, mas tem importante papel no cotidiano da Casa. Outra ideia apresentada a Sarney, continuou Mercadante, foi a criação de uma “lei de responsabilidade administrativa e fiscal” para o Senado.
Ainda segundo o líder do PT, o presidente do Senado tende a concordar com a criação de uma comissão especial para buscar soluções administrativas para a crise e “pensar o futuro do Senado”, punindo todos os responsáveis por irregularidades e realizando profundas mudanças na Casa, conforme já havia sugerido o PSDB.
Augusto Castro / Agência Senado