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Cerca de 65% dos candidatos a deputado federal concorrem em coligações.
Aproximadamente 65% dos atuais deputados ferais estão querendo renovar os mandatos.O percentual diminuiu em comparação ao pleito de 2014, quando 75% dos candidatos estavam coligados. Essas são as últimas eleições em que as alianças serão permitidas em disputas para deputado.
Diminuiu o número de candidatos que concorrem a uma vaga na Câmara dos Deputados em coligações, ou seja, em alianças de dois ou mais partidos.
Esse é o último pleito em que essas alianças serão permitidas nas eleições de deputados. Uma emenda constitucional do ano passado (EC 97/17) determina que, a partir das eleições de 2020, as coligações em eleições proporcionais, de deputados e vereadores, estarão proibidas.
Essas uniões influenciam no cálculo do quociente eleitoral, que determina quantas vagas cada partido ou, no caso, coligação, terá direito na Câmara. O quociente é o responsável pelo chamado “efeito Tiririca”, em que um candidato campeão de votos acaba elegendo outros que não tiveram votação expressiva, mas fazem parte da mesma aliança eleitoral.
Neste ano, segundo levantamento feito pela Rádio Câmara com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de 65% dos mais de 8.300 candidatos a deputado federal concorrem em coligações. O número é menor do que o das eleições de 2014, quando 75% dos candidatos estavam coligados.
Para a professora de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Andréa Freitas, a redução nas coligações para deputado federal não tem a ver com a proibição a partir das próximas eleições. Segundo a especialista, o mais provável é que seja um reflexo da disputa à presidência da República.
“Eu acho que a grande questão aí é o número de candidatos à presidência e a forma como as coligações contribuíram nesse nível, que foram menos concentrados do que em anos anteriores. Enquanto era normal que os principais candidatos, em geral do PT e do PSDB, tivessem coligações amplas, neste ano as coligações desses partidos são um pouco menores e você tem um número maior de candidatos sem coligação”, disse a cientista política.
Eleições proporcionais
Na disputa presidencial deste ano, o PSDB de Geraldo Alckmin se coligou com PP, PTB, PSD, SD, PRB, DEM, PPS, PR, e o PT de Lula se uniu a PCdoB e Pros. Mas a aliança em nível nacional não precisa, necessariamente, ser seguida em nível estadual ou distrital, na composição das chapas para governador, deputado e senador.
No caso das eleições para a Câmara, o PT é o partido, entre as maiores bancadas, com mais candidatos isolados. A legenda está sozinha na disputa por vagas de deputado federal em oito estados, enquanto em 2014 eram apenas em quatro unidades da federação. Em comparação, neste ano, o MDB e o PSDB estão sozinhos em apenas dois estados.
Para a cientista política Andréa Freitas, o fim das coligações nas eleições proporcionais a partir de 2020 será positivo.
“Foi o melhor resultado que saiu da chamada minirreforma. Acho que era muito importante que se proibissem as coligações nas eleições para o Legislativo porque elas têm o efeito muito ruim do ponto de vista da compreensão do sistema eleitoral”, apontou Andréa Freitas. Segundo ela, as coligações “tornam muito difícil pro eleitor entender em quem ele está votando, porque você pode votar num partido que está coligado com outro e eventualmente estar contribuindo pra eleição de um partido completamente diferente da sua pretensão inicial.”
Apenas dois dos 35 partidos não formaram coligações: Novo e PCO. E cinco partidos fizeram o contrário, ou seja, não lançaram candidatos isolados e fizeram coligações nas candidaturas a deputado federal em todos os estados onde concorrem a vagas para Câmara: DEM, PP, PPS, PSB e PTC.
Saiba como é calculado coeficiente eleitoral.
Fonte :Agência Câmara Notícias